A Justiça marcou para o próximo dia 25 de junho, às 13 horas, no Fórum de Linhares, a audiência de instrução e julgamento do ex-prefeito Alessandro Broedel Torezani, de Sooretama, tornado réu na ação penal criminal movida pelo Ministério Público Estadual para apurar o potencial desvio de mais de R$ 100 milhões em recursos públicos, por meio do Consórcio Intermunicipal Polinorte (CIM-Polinorte), que ele presidiu. Veja destalhes no link ao final desta reportagem.
Alessandro Broedel foi prefeito de Sooretama por oito anos e, atualmente, preside o Incaper – Instituto Capixaba de Pesquisa e Extensão Rural. Durante sua gestão, Sooretama experimentou significativo avanço no desenvolvimento econômico, com atração de dezenas de empresas, mas também suspeitas de má versação de recursos públicos, em tramitação no Ministério Público.
A designação da audiência de instrução e julgamento do ex-prefeito no Fórum de Linhares foi determinada pelo desembargador Pedro Valls Feu Rosa, presidente da 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Espírit Santo (TJES), onde o processo tramita, após denúncia da Procuradoria Geral de Justiça.
A ação penal número 0001392-39.2024.8.08.0000 se soma a outras investigações já existentes na gestão do ex-prefeito. Nesta, o Ministério Público afirma que, durante a gestão de Broedel como prefeito de Sooretama, houve a contratação de empresas com dispensa irregular de licitação, superfaturamento de contratos, sumiço de materiais de construção, e favorecimento pessoal.
Entre os principais crimes, supostamente cometidos, estão: peculato, fraude em licitação, corrupção iva e ativa, associação criminosa e falsidade ideológica. Se condenado por todos os crimes, as penas somadas podem ultraar os 37 anos de reclusão, além de perda de função pública, suspensão dos direitos políticos por até 8 anos, e proibição de contratar com o poder público.
Os recursos públicos teriam sido movimentados, principalmente, por meio de contratos emergenciais firmados sem o devido processo licitatório, em plena pandemia, e sem comprovação adequada dos serviços prestados.
Servidores ouvidos nas investigações relataram pressões internas, omissões deliberadas de fiscalização e pagamentos irregulares a empresas supostamente ligadas ao esquema.
