O Espírito Santo já contabilizou, nos primeiros seis meses de 2025, 213 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) causados pelo vírus Influenza, com 48 mortes confirmadas. Os dados, divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), indicam uma preocupação crescente com a doença, principalmente entre idosos, faixa etária onde se concentram a maioria dos óbitos: foram 131 casos e 31 mortes entre pessoas com 60 anos ou mais.
A SRAG é caracterizada por sintomas intensos, como febre, dor no corpo, tosse persistente e dificuldade para respirar, exigindo muitas vezes internação. A condição pode ser provocada por vírus, bactérias ou fungos, e sua incidência tende a aumentar durante o outono e inverno, quando as temperaturas estão mais baixas.
A distribuição dos casos mostra que a Grande Vitória concentra a maioria dos registros: 141 infecções e 34 mortes. Outras regiões como o Norte e o Sul do Estado também têm apresentado aumento nos números, com 24 e 28 casos respectivamente. O avanço da doença tem pressionado o sistema de saúde estadual. Em janeiro, apenas seis solicitações de leitos foram registradas para pacientes com quadros gripais graves; em maio, esse número saltou para 53.
Segundo o subsecretário de Vigilância em Saúde, Orlei Cardoso, o Estado está atravessando o chamado “pico de sazonalidade” dos vírus respiratórios. Ele destaca que a situação exige uma intensificação da vacinação: “Já começamos a vivenciar o pico de sazonalidade de vírus respiratórios. A Sesa orienta os municípios quanto aos cuidados que precisam ser divulgados à população para evitar o agravamento dos casos, principalmente incentivando a vacinação contra a gripe”, ressaltou.
Apesar do alerta, a adesão à vacinação está bem abaixo do ideal. De acordo com o “Vacina e Confia”, do governo estadual, a cobertura vacinal contra a Influenza é de apenas 42,28% entre o público-alvo de mais de 1 milhão de pessoas — a meta é vacinar ao menos 90%. Entre as crianças, a cobertura chega a 33,97%, e entre os idosos, a 46,19%.
Em Barra de São Francisco, por exemplo, a situação também é preocupante, como mostra o Vacina e Confia, do governo do Estado. Apenas 30,23% da população prioritária foi vacinada até o momento, com destaque negativo para a cobertura entre crianças, que está em 27,87%. A taxa entre idosos é de 30,47%, e entre gestantes, 48,02%. No total, foram aplicadas 6.918 doses, sendo 188 somente na terça-feira (10). Apesar do quadro crítico da vacinação ser um grande problema de todo o estado, a prefeitura francisquense, por meio de seu site oficial e redes sociais, faz uma divulgação massante das campanhas em banners, vídeos e carros de som, tentando mudar o quadro atual de vacinação e chegar mais próximo a meta.